Sábado, 8 de Dezembro de 1945. Quando me acontece interrogar-me sobre o pouco tempo que nos é dado para viver e nos saciarmos de experiências que valham a pena ser vividas, a inumerável multidão das pequenas dificuldades e das pequenas satisfações que constituem a trama da vida perde-se numa espécie de longe cinzento e indistinto, e as próprias ideias de felicidade e de desgraça afiguram-se igualmente fúteis.
início de Os Olhos de Ezequiel Estão Abertos (1949), de Raymond Abellio, trad. Rafael Gomes Filipe, 2.ª ed., Lisboa, Ulisseia, 2010.
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