sábado, 26 de abril de 2014

profanar um poema

«Ao assobio dum pássaro -- seria um pássaro? -- o alferes, uma vez mais, deu-se a profanar um poema entredentes. Eram versos de Sédar Senghor que gerações sucessivas de oficiais universitários haviam virado do avesso: J'écoute le chant de l'Afrique lointaine et le chant de ton sang, j'écoute le sang de l'Afrique prochaine et le saint de ton sang, j'écoute le son de l'Afrique putaine et le chant de ton sein...

Mário de Carvalho, Era uma Vez um Alferes (1989)

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