quinta-feira, 16 de julho de 2015

(in)adaptação

2. O medo do desconhecido, quando António avista e entra, de noite, num grande edifício desconhecido: «Lentamente, o casarão foi rodando com a curva da estrada, espiando do alto da sua quietude lôbrega pelos cem olhos das janelas.» Sensacional. Depois, a azáfama da chegada e o triunfo do cansaço. O estranhamento reservava-se para a manhã do dia seguinte, o Pe. Tomás com o Benedicamus domino, após o toque de alvorada, as Orações da Manhã na capela, de joelhos, estragando o vinco das calças domingueiras, e com direito a correcções de postura por parte de um fantasmático Perfeito, seguidas de período de meditação, pelo "funesto" Pe. Lino. Mas o sentido do rapaz estava na aldeia, e não ali; seguiu-se missa para o seminário inteiro. Esfomeado e com alívio, mas desconfortado com a nova vivência,
 António seguiu para o refeitório, para o primeiro pequeno-almoço no seminário. Um parágrafo:

«Aberta de liberdade, a minha aldeia reverdecia, na força da Primavera, pelos giestais da montanha, , quando o gralhar ferino da sineta me acordou.»

2 comentários: