quarta-feira, 16 de setembro de 2015

livros que me apetecem

Antologia Poética, de Castro Alves (Glaciar)
O Ateneu, de Raul Pompeia (Glaciar)
Os Números da Desigualdade em Portugal, de Eugénio Rosa (Lua de Papel)
A Paixão do Conde de Fróis, de Mário de Carvalho (Porto Editora)
Veio Depois a Noite Infame, de Margarida Palma (Casa das Letras)









terça-feira, 15 de setembro de 2015

12x25

«O rio Minho tem um afluente que se chama Coura e nasce entre pedras como um fio de água. Andam-lhe à roda pinheiros distraídos debaixo do céu, que é sempre azul e luminoso, e matam nele a sede os lobos e as rolas. A água corre sem ter tempo de colher estas imagens, feita espuma, de penhasco em penhasco. Vai engrossando, sem se saber bem porquê, no declive da montanha e, à medida que desce e aumenta, vai-se tornando mais séria. Começa por brinquedo que serve de brinquedo a algumas rãs, acaba em pai-»

António Pedro, Apenas uma Narrativa (1942), 2.ª ed., Lisboa, Editorial Estampa, 1978, p. 25, ls. 1-12.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

12x25

«O CLARÃO DA CIDADE

"Na cidade dormem. Pois ela não tem noite! Eu bem lhe vejo o clarão no céu..." -- congeminava o garoto.
--Ó mãe, chegue aqui à varanda. Olhe cá: na cidade dormem?
A mãe, que não era mouca e manquejava, respondeu, mesmo da cozinha:
-- A cidade não dorme. Lá é sempre dia. (Depois disse qulquer coisa à pequenita, que ela veio logo a correr.)
Como se fosse contrariado no seu pensamento, o»

José Marmelo e Silva, Adolescente Agrilhoado (1948), 3.ª ed., Lisboa, Ulisseia, 1967, p. 25, ls. 1-12.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

livros que me apetecem

O Árabe do Futuro, Riad Sattouf (Teorema)
Ceuta 1415, Luís Miguel Duarte (Livros Horizonte)
A Estrada dos Silêncios, Carlos Vale Ferraz (Casa das Letras)
Porquê Ler os Clássicos, Italo Calvino (Dom Quixote)
A Sombra do Mar, Armando Silva Carvalho (Assírio & Alvim)





terça-feira, 1 de setembro de 2015

12x25


«prefeitos que passavam à parede, vindos do seu refeitório, a palitar os dentes. Inquieto um pouco, ofereci o meu olhar solitário a quem o aceitasse. Mas ninguém o aceitou. Aplicados, serrotando com a faca o naco de pão sobre a mesa, os mais velhos tratavam apenas de comer. Só o Gaudêncio, com quem eu ainda não falara, me pareceu reconhecer-me no seu olhar humilde e fraternal. Deus! Como éramos ambos feios! Porque a primeira distinção que eu fazia (e depois verifiquei que também faziam os prefeitos) era essa, precisamente, de alunos feios  e bonitos.
Decerto porque a maioria vinha da raça da gleba. 
Vergílio FerreiraManhã Submersa (1954), Mem Martins, Publicações Europa-América, 1971, p. 25, ls. 1-12.