quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

microleituras

A história descarnada de Felicidade, a pobre alma simples, pura e ingénua, uma criada-de-servir, uma sopeira, cujo trajecto humílimo pela existência nos é contado pelo criador da Bovary, veio-me logo à memória Homer Clapp, a personagem do comovente poema de Egar Lee Masters. Felicidade, tal como Homer é um desses bobos da vida, alguém que transita do berço ao túmulo, à espera -- ou desesperando -- que a vida lhe seja compassíva. No meio de todo este desengano, Flaubert, esse perverso desalmado -- consegue arrancar-nos algumas gargalhadas. Uma Alma Simples é um dos Trois Contes, publicados em 1877.

incipit: «Durante meio século as donas de casa de Pont-l'Evêque invejaram à senhora Aubain a sua criada Felicidade.»

ficha
Autor: Gustave Flaubert
título: Uma Alma Simples
tradução: Avelar Nobre
colecção: «Mosaico -- Pequena Antologia de Obras-Primas»
editora: Fomento de Publicações
local: Lisboa
ano: s.d.
impressão: Soc. Industrial Gráfica, Lisboa
capa: Bernardo Marques
págs.: 47

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