quarta-feira, 8 de março de 2017

Júlio Dinis, algumas aparas

Que penso eu do Júlio Dinis?
Um extraordinário talento de novelista, notável encenador de ambientes e situações.
A segunda metade do século XIX na novelística portuguesa é Camilo-Júlio Dinis-Eça. O resto é secundário. Por alguma razão ele sobreviveu, ao contrário doutros autores estimáveis, mas cujo desempenho não chegava aos calcanhares do criador d'A Morgadinha dos Canaviais.
Não o conheço a fundo: li três dos seus quatro romances e um ou outro conto ou disperso; falta-me a juvenília, para a qual não estou muito virado, e o paraliterário (correspondência, etc.), mas, homem do Porto e mão inglesa, suponho-o um liberal distante da politiquice e do caciquismo.
Detractores, teve e ainda terá uma quantidade deles. Entre nós, o apoucamento de grandes escritores deve-se a pelo menos uma de três desrazões: ressentimento despeitado dos contemporâneos, sectarismo ideológico, o deslumbramento basbaque, Os primeiros, os mais tristes; os últimos, tristemente risíveis. Por isso, ainda corre que por aí que o Júlio Dinis é autor de romances cor-de-rosa, país desgraçado.
Júlio Dinis (Joaquim Guilherme Gomes Coelho, Porto, 1839-1871), é um dos meus escritores.

4 comentários:

  1. Eu tive a sorte de ter em casa livros dele (não sei se do meu pai ou da minha mãe) e pude ler Uma Família Inglesa, As pupilas do Sr. Reitor e Os Fidalgos da Casa Mourisca, gostei muito de todos.

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  2. Li As Pupilas e fiquei desiludido... Naif, previsível, literariamente pobre...
    Pelo que vejo, talvez a minha impressão mude com a Morgadinha.
    Vou colocá-la em lista de espera.

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    1. Não concordo nada. Claro que não podemos esquecer que sobre a edição do livro passaram 150 anos, mas todas as qualidades se mantêm. E não devemos esquecer que «As Pupilas», em particular foi altamente elogiado por Herculano, Camilo e Eça.

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